TOP 5 – OS DEUSES EGÍPCIOS MAIS LEGAIS DAS CRÔNICAS DOS KANE

Atenção, spoilers!

FINALMENTE \o/ Depois de duas tentativas frustradas de ler a trilogia As Crônicas dos Kane, do tio Rick Riordan, finalmente consegui. A única explicação que consigo encontrar para essa leitura acontecer apenas agora, é que a mitologia egípcia ainda era muito estranha para mim na época do lançamento do primeiro livro, A Pirâmide Vermelha, em 2010, pela editora Intrínseca. E, por mais que eu tentasse, nada entrava na minha cabeça. Eu estava acostumada com a mitologia grega e romana, então tentar abrir a mente para outros mitos era impossível naquela época. Pois bem, depois de devorar a mitologia nórdica de Magnus Chase, e fazer um post super especial sobre os Melhores Momentos do Navio dos Mortos, aqui no Leitora Falando, tentei pela última vez me aventurar pelas missões dos irmãos Kane.

Foi a melhor decisão que tomei em 2017. Conhecer a mitologia egípcia pelas histórias do tio Rick foi maravilhoso! Apesar das diferenças GRITANTES que existem nas mitologias de Percy Jackson & Cia, tudo relacionado As Crônicas dos Kane foi uma surpresa muito agradável. Agora, posso dizer com toda a certeza que tenho o sangue dos faraós e seguirei o caminho do deus Tot, é isso aí.

Pensando em como a trilogia é incrível, resolvi fazer um post especial sobre os livros. Ao invés de uma resenha de cada um, que tal um TOP 5 (eu adoro fazer listas) com os deuses egípcios mais legais que aparecem ao longo das missões dos irmãos Kane? Ah, e eles são os meus favoritos também!

Caso você queira conhecer a trilogia, acesse o site oficial sobre os livros no Brasil, lá tem tudo o que você precisa saber sobre esse outro universo do tio Rick.

5 – Hórus

Carter não vai gostar muito do que vou dizer agora, mas… Hórus é uma versão divindade do Kane mais velho. Ok, os dois compartilham uma ligação durante os livros (longa história sobre hospedeiros de deuses), mas a personalidade de ambos é extremamente parecida: eles nasceram para liderar, são confiantes e não temem o Caos. Hórus, o deus egípcio da guerra, empresta sua força para Carter em muitos momentos e, apesar de ser um pouco chato quando o assunto é assumir o trono, suas palavras de incentivo tornam o nosso personagem, Carter Kane, num herói digno de oferendas. Olha só um trecho de A Pirâmide Vermelha que mostra um pouco dessa interação hilária entre os dois:

É preciso força de vontade para permanecer humano, a voz de Hórus me avisou. Quanto mais tempo você passa como ave de rapina, mais pensa como uma. 

E só agora você me diz, eu pensei.

Eu poderia ajudar, ele disse. Se eu estivesse no comando. 

Hoje não, cabeça de pássaro. 

As Crônicas dos Kane – A Pirâmide Vermelha (vol.1), pág. 230

4 – Tot

O deus do conhecimento talvez seja a divindade egípcia mais interessante que aparece nas Crônicas dos Kane. Apesar do jaleco branco de professor universitário, sua aparência humana lembra muito um adolescente de vinte anos, com cabelos louros e rebeldes, e olhos que mudam de cor. Ele aparece apenas duas vezes, se não me engano, em toda a trilogia. Mas, ao contrário de outros deuses, Tot e seu conhecimento são mencionados várias vezes nas histórias.

Na Pirâmide Vermelha, sua aparição rende muitas informações sobre Set, o deus do mal, para os Kane. Além disso, Tot envia as crianças para uma missão suicida-barra-teste na casa de um mago muito conhecido pelo mundo, o cantor Elvis Presley. Em A Sombra da Serpente, Tot mais uma vez é um importante fornecedor de informações e conhecimento para Carter e Walt, mas também vemos como ele está enfrentando, da sua própria maneira, as forças do Caos enviadas por Apófis, a grande serpente devoradora do Sol.

Como eu disse no começo, após a leitura da trilogia, sinto que com o sangue de faraós correndo em minhas veias, o melhor caminho a seguir é do deus Tot. De cara, rolou uma identificação. E isso só aconteceu em outras duas vezes: com Apolo, nos livros de Percy Jackson; e com a Corvinal, nos livros de Harry Potter. É isso aí, o caminho de Tot é o que deve ser seguido. Vamos lá!?

— Conhecimento que tenha qualquer valor não pode ser dado. Deve ser procurado e conquistado. Você agora é um professor, Carter. Devia saber disso.

As Crônicas dos Kane – A Sombra da Serpente (vol.3), pág. 116. 

3 – Anúbis

O crush de todos os leitores das Crônicas dos Kane é o Anúbis, deus egípcio dos funerais, empregado eterno do Salão do Julgamento, no Duat. Ele aparece pela primeira vez na Pirâmide Vermelha, e se torna o interesse amoroso de Sadie… e de todo mundo, praticamente. Anúbis é descrito como um garoto de pele pálida, cabelos pretos e rebeldes e olhos castanhos (a fanart ilustra bem o que estou falando). Basicamente, um garoto que ouve indie rock e gosta de visitar cemitérios de madrugada, muito normal. Ele é o responsável por guiar os espíritos para o descanso final, mas tem um papel muito importante no desenrolar da trilogia, não apenas envolvendo Sadie, mas também Walt, outro personagem importante para a garota Kane.

 — Você vai continuar me irritando? — provoquei.

Ele cravou em mim aqueles lindos olhos castanhos.

— Ou talvez você possa me ajudar a entender os modernos rituais de conquista e namoro.

Fiquei ali sentada e perplexa até ele ensaiar um sorriso… O suficiente para eu entender que estava brincando. (…)

As Crônicas dos Kane – A Pirâmide Vermelha (vol.1), pág. 319

2 – Bastet

Presente em toda a trilogia, Bastet, a deusa egípcia dos gatos, é uma fofura de personagem. Apesar de ter tomado a gata Muffin como hospedeira com o único objetivo de proteger Sadie, sua obrigação acabou se tornando uma vontade imensa de ajudar e cuidar dos irmãos Kane,… como filhotinhos. São tantas as coisas boas que posso falar sobre essa deusa, que o post ficaria muito grande MESMO… então, separei um trecho do primeiro livro em que ela se revela para Sadie e Carter. É um momento muito legal, porque ela mostra sua identidade justamente num momento em que eles precisam de toda a ajuda possível, quando não existe mais esperança de vitória. Bastet faz isso muitas vezes no decorrer das histórias, sempre ali, sempre ajudando, sempre!.

Minha gata não estava mais ali. No lugar dela, havia uma mulher — pequena e ágil como uma ginasta. Seus cabelos negros estavam presos em um rabo de cavalo. Ela vestia um macacão muito justo de pele de leopardo e tinha um pingente de Muffin no pescoço.

Ela se virou, sorriu para mim, e seus olhos ainda eram os da gata — amarelos, com pupilas negras e felinas.

— Finalmente — ela me criticou.

As Crônicas dos Kane – A Pirâmide Vermelha (vol.1), pág. 105.

1 – Bes

Bes é um deus anão e o mais legal do Top 5. Ele aparece pela primeira vez no segundo livro da trilogia, O Trono de Fogo, para ajudar Sadie e suas amigas, Liz e Emma, a pedido de Bastet. De início, você não coloca muita fé nesse deus (fé e deuses egípcios? oi?), mas ele se torna o personagem mais especial de toda a série. Começamos primeiro pela sua habilidade de espantar demônios, deuses ingratos e outros tipos de ameaças. Com o auxílio de sua feiura, como bem ilustrada na fanart acima, e uma careta horripilante, qualquer coisa evapora, se desintegra, ou sai correndo. Bes é ótimo para espantar as forças inimigas, mas a imagem dele fazendo careta e gritando BU… bem, digamos que você pode ter pesadelos por muito tempo.

No final do segundo livro, nosso querido Bes, após mostrar em vários momentos sua fidelidade aos irmãos Kane, acaba perdendo seu ren (alma) para Khonsu, o ardiloso deus da lua, para ganhar mais tempo para os Kane atravessarem a Oitava Casa no Duat. Bes se torna apenas uma casca, sem lembranças, totalmente apagado da história. Esse momento talvez tenha sido o mais difícil para Sadie e Carter, e o mais triste para o leitor. Eu chorei muito ao ver ele daquela maneira.

O importante é que a trilogia acaba com ele bem (após a restauração de sua sombra, uma longa história), ao lado da deusa que ama, a querida Tawaret, nas Terras Ensolaradas, um lugar para o descanso dos deuses egípcios.

— Escutem, vocês dois são demais. Nesses últimos dias… pela primeira vez em séculos me senti novamente querido. Importante. Não como uma atração de circo. Se as coisas não derem certo, apenas digam a Tawaret (…) Digam a ela que tentei voltar no tempo.

As Crônicas dos Kane – O Trono de Fogo (vol.2), pág. 342